Saiba mais sobre as condutas nutrológicas como alternativa de solução.
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico, com causas genéticas que, geralmente, aparece na infância e acompanha a pessoa por toda a vida. A tríade de sintomas engloba desatenção, inquietude e impulsividade.
Mas, você também sabia que existem muitos mitos acerca do diagnóstico e, sobretudo, a respeito do tratamento dessa condição?
Essa é uma questão importante. Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, de 3% a 5% das crianças de todo o mundo possuem o transtorno. Contudo, diversos especialistas têm opiniões contrárias sobre o assunto, sendo que a maioria defende a ideia de que o diagnóstico de TDAH tem sido excessivo.
Porém, esse é um assunto muito complexo. Pensando sob a visão da neurologia e da psiquiatria infantil, os critérios disponibilizados pelo
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-V), apresentam uma legião de portadores de TDAH, sobretudo os com hiperatividade.
Mas a pergunta é: será que são, de fato, portadores do transtorno ou estão portadores de sintomas que compõem o distúrbio? Eis a questão.
Para ser portador, é preciso ter um componente genético, ou seja, sabe aquele menino que a mãe relata que, desde a gravidez, já apresentava comportamento inquieto e que depois do nascimento continuou da mesma forma? Além disso, existem pesquisas com gêmeos univitelinos mostrando que, quando um é portador da doença, as chances de que o outro seja é de 80%. Ou seja, genética.
Em contrapartida, o indivíduo pode estar com algum sintoma do transtorno, mas, não necessariamente, ser um portador. Pela ótica de algumas correntes, são vários os fatores que podem levar uma pessoa a ter comportamentos que se encaixem nos critérios para diagnóstico de TDAH. Entre eles, existem os fatores ambientais e nutricionais. Veja só!
Um desses fatores é o envenenamento ambiental extenso ou, em outras palavras, a poluição em todos os seus âmbitos: atmosfera, solo, água, sonora. Infelizmente, somos vítimas da ação de diversas substâncias que, por muito tempo, eram desconhecidas pelo nosso corpo, mas que chegaram para ficar.
Podemos citar, por exemplo, a correlação de agrotóxicos com TDAH e a associação de aditivos alimentares em crianças com o transtorno. Alguns aditivos, como corantes artificiais, aromatizantes, nitratos e sulfitos, induzem a hiperatividade. Na verdade, temos mais de três mil aditivos alimentares que merecem investigação.
De acordo com estudos, até 50% de crianças hiperativas melhoraram a condição quando a dieta foi alterada, fazendo o controle da ingestão de aditivos, bem como do açúcar e possíveis alérgenos alimentares.
Outra questão é a nutricional. O déficit de vitaminas, principalmente aquelas que se enquadram no complexo B, ômega 3, o excesso de carboidrato refinado, bem como açúcares simples e a deficiência de proteínas, podem agravar o quadro de quem sofre com a patologia.
Assim como os déficits, há os alérgenos alimentares. Na verdade, nunca se falou tanto em alergias alimentares e intolerância como nos dias de hoje. E fica a questão: será que elas já existiam antes, porém, não recebiam um diagnóstico ou a prevalência vem aumentando devido a alguns fatores, como:
Sabendo disso, como o profissional da área pode ajudar os pacientes com TDAH? Na verdade, são várias estratégias que podem ser adotadas. Vamos lá?
A primeira delas é, realmente, tentar cortar os aditivos, como corantes, conservantes, antioxidantes, edulcorantes, gelificantes, emulsionantes, entre outros. Você pode conferir esses nomes nos rótulos das embalagens dos produtos industrializados disponíveis nos mercados.
Se, por acaso, não conseguir cortar totalmente os corantes, prefira os naturais. Por exemplo, podemos citar: corante de urucum, carmin de cochonilha, corante de cúrcuma, de clorofila, de páprica, de beterraba, de antocianina etc.
Não existe, de fato, um consenso científico, porém, algumas mães dizem que os filhos tiveram melhora quando foram retirados da alimentação os alimentos ricos em salicilatos.
Eles podem ser encontrados em refrigerantes, por exemplo, e foram atrelados à hiperatividade muscular.
Tais vitaminas, como ácido fólico, B3 e B12 são essenciais para a síntese de neurotransmissores relacionados ao déficit de atenção. Na ausência delas, o paciente pode apresentar piora do quadro.
Eles ajudam a “acalmar o sistema nervoso”, sendo cruciais para a função cerebral normal. Em pesquisa realizada com 175 crianças para verificar déficit cognitivo e alterações mentais, concluiu-se que a grande maioria tinha deficiência de magnésio. O ideal é obter tais minerais na dieta diária e quando não possível por meio de suplementos.
4 Motivos para adicionar o magnésio na sua rotina.
Isso porque alguns metais tóxicos, como o alumínio e o chumbo, podem causar sintomas de TDAH e, assim, existe a indicação de pedir o exame de mineralograma capilar.
Mais uma vez, uma pesquisa com crianças portadoras de TDAH mostrou a importância desses dois minerais para a síntese de dopamina, noradrenalina e melatonina, substância que regula o sono.
Um outro
estudo mostrou que
pacientes com TDAH tendem a consumir menos carnes do que as quantidades recomendadas, ingerindo, assim, menos micronutrientes. A pesquisa também sugere que as crianças com o transtorno são nutricionalmente diferentes das outras, já que comem menos carne, frango e peixes, itens cruciais para que o organismo produza dopamina, noradrenalina e melatonina.
Há pesquisas, ainda, para entender se crianças com TDAH são capazes de absorver e metabolizar o zinco ou se elas excretam este mineral em demasia.
Em síntese, é importante concluir que os profissionais especialistas em avaliação nutricional podem fornecer informações acerca de uma boa nutrição. Mais do que isso, somente eles estão indicados a repor estes minerais e vitaminas. Ou seja, não é recomendável a automedicação, pois pode agravar o problema ou gerar complicações.
Um
nutrólogo vai ajudar você a manter uma boa relação com as refeições e com os alimentos que você consome. Afinal de contas, a alimentação influencia diretamente na saúde e qualidade de vida.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, confira mais conteúdos no blog!
Dr. Fernando Lassalle
Médico Nutrólogo
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