O diabetes é um tipo de doença silenciosa que provoca muito receio na população em geral. Primeiro porque provoca restrições alimentares em seus portadores e segundo porque pode trazer complicações bastante gravosas, como tonturas, cansaço, dores de cabeça, cegueira, doenças renais e cardíacas e, até, levar à morte.
De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), essa enfermidade está entre as 10 principais causas de morte no mundo e quase 50% dos pacientes diagnosticados têm menos de 60 anos. Sendo assim, é melhor fazer o possível para manter o diabetes bem longe. Não é mesmo?
Então, vamos conhecer um pouco mais sobre as suas características, formas de prevenção e tratamento.
Essa doença possui diversos tipos que se diferenciam de acordo com a sua origem. Vamos saber quais são os principais?
Esse tipo de diabetes atinge cerca de 5% dos portadores dessa doença. Ela tem origem autoimune, ou seja, é uma disfunção imunológica do organismo em que o próprio corpo ataca as células beta do pâncreas, que são as responsáveis por produzir insulina.
A deficiência de insulina, por sua vez, permite uma concentração excessiva de glicose no sangue. Complicações como insuficiência renal, retinopatia ou cetoacidose diabética podem surgir em decorrência dos altos níveis desse carboidrato.
Essa forma de diabetes costuma ser diagnosticada ainda na infância ou adolescência, já que é durante este período que as alterações imunológicas acontecem.
Seus sinais englobam aumento expressivo na frequência urinária, exacerbação da sede e da fome, além de emagrecimento não intencional.
Essa forma é a mais comum na população. A sua origem reúne fatores genéticos e ambientais. Nela, os processos de sintetização e ação da insulina ficam desregulados.
Sua maior incidência é após os 40 anos de idade, afinal ela se desenvolve a partir de um estilo de vida inadequado, passando, primeiramente, por uma fase pré-diabética até que a doença se instale de fato.
Entre os maus hábitos que favorecem o seu surgimento estão o sedentarismo, a falta de controle do peso e a ingestão desmesurada de açúcar e gordura.
Em seu início pode não haver sintomas, mas a sua evolução revela indícios como visão turva, fraqueza e problemas cicatriciais, além daqueles que já foram citados no primeiro tipo.
A explicação para o desenvolvimento deste tipo de diabetes provém da ineficiência na produção de insulina pelo pâncreas devido à expansão do corpo da mulher durante a gestação. Os níveis desse hormônio se tornam insuficientes para a mãe e o bebê.
Elementos ambientais e genéticos podem contribuir para o aparecimento deste tipo de diabetes, como acontece no tipo 2. Os processos de sintetização e ação da insulina também ficam desregulados; inclusive, os sintomas desses dois tipos se igualam.
Essa variação da doença surge durante a gravidez, sendo, geralmente, descoberta por volta da 22ª semana de gestação, no teste de glicose realizado nesta fase. Após o parto, a enfermidade tende a ir embora.
O
Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA) também pode ser chamado de Diabetes 1 e ½ (um e meio). Ele tem origens imunológicas, como sugere o nome. Seu diagnóstico ocorre já na fase adulta, e não durante a infância ou adolescência. Sendo assim, ele pode ser entendido como o diagnóstico tardio do tipo 1.
A princípio, esses adultos são diagnosticados com o tipo 2 da doença, porém apresentam uma evolução das complicações mais rápida que o comum, com acelerado comprometimento da função do pâncreas e necessidade precoce de utilização de insulina.
MODY é uma sigla para o termo, em inglês, Maturity Onset Diabetes of the Young. Essa forma de diabetes advém de uma mutação genética e pode ser hereditária. Há diversas variações dentro desse mesmo tipo, a depender de qual gene apresentou alterações.
Na maior parte dos casos, é identificado antes dos 25 anos e a sua ocorrência vem aumentando com o passar dos anos devido ao crescimento da obesidade entre as crianças.
Agora que já sabemos diferenciar os principais tipos de diabetes, vamos reforçar os aspectos ligados à prevenção e tratamento dessa doença.
Como já dito anteriormente, o diabetes tende a aumentar a fome dos seus portadores. Isso acontece porque a metabolização da glicose fica comprometida, portanto não pode ser utilizada como fonte energética para o organismo. Em decorrência disso, moléculas de proteínas e gorduras são consumidas como substitutas para essa função.
Diante desta alteração, é comum o aumento da fome e emagrecimento ao mesmo tempo. Esses distúrbios podem afetar o quadro nutricional do paciente. Por isso, é vital o acompanhamento da dieta.
O controle alimentar vai ajudar a regular os níveis de glicose. Essa medida é importante para evitar o excesso de açúcar no sangue, ou seja, a hiperglicemia, assim como a hipoglicemia, ou escassez de açúcar na corrente sanguínea.
É sabido que o que se come interfere tanto na prevenção quanto no tratamento do diabetes. Por conseguinte, vamos detalhar quais alimentos contribuem e quais reduzem as chances de surgimento ou a piora dessa patologia.
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O tratamento de qualquer tipo de diabetes passa pela adequação da dieta. Visto isso, temos alguns alimentos que favorecem o desenvolvimento e agravamento dessa doença. São eles:
O arroz branco; massas feitas a partir de farinha branca, como pães, macarrão, bolos e biscoitos.
Entre as frutas in natura, a menos recomendada é a melancia. Algumas variações desta e de outras frutas também podem ser prejudiciais, a exemplo das frutas em calda, geleias e sucos. Neste grupo também se enquadram as frutas secas.
Carnes embutidas como bacon, linguiça, salame, salsicha, presunto e mortadela também devem ser extirpadas do cardápio. Assim como as frituras, óleos vegetais refinados, margarina, manteiga e banha de porco.
Alimentos com adição de açúcar são outros vilões para os diabéticos. Entre eles podemos citar o chocolate, suco de caixinha, refrigerantes, sorvetes e doces em geral.
Entre os lácteos, devem ser evitados os leites e iogurtes integrais, queijos amarelos, creme de leite, leite condensado, requeijão e
cream cheese.
E lembre-se que o consumo de bebida alcoólica deve ser reduzido ao máximo.
Vimos que há uma vasta lista do que não se pode ingerir, mas nem só de restrições vive um diabético. Então, vamos conhecer o que é benéfico do ponto de vista alimentar.
Uma boa pedida na hora do almoço ou jantar inclui o arroz integral, feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja, frango, peru, peixe, frutos do mar, ovos, tofu, alface, brócolis, abobrinha, cogumelos, cebola, tomate, espinafre, couve-flor, pimentão, berinjela e cenoura.
E, para ajudar no preparo, deve-se usar, com moderação, azeite de oliva e óleos de linhaça, abacate ou coco. Ainda pode-se completar o cardápio com farinha de milho, batata, abóbora, mandioca, inhame, batata doce, beterraba e nabo.
Nas demais refeições e na sobremesa, as opções de frutas englobam a maçã, pera, laranja, pêssego, damasco, tangerina, frutos vermelhos e banana verde. Já entre os cereais e sementes estão a aveia, a quinoa, o centeio, as sementes de girassol e abóbora, linhaça e chia.
Nozes, castanha de caju, amêndoas, avelãs, amendoim também são indicados.
E, para não descer tudo a seco, pode-se tomar chás, café, água aromatizada e, claro, água pura. Tudo sem açúcar ou com adoçante de stévia, de preferência.
A avaliação de cada caso deve ser feita individualmente. O médico fará as adequações necessárias de acordo com as demandas nutricionais de cada paciente, indicando, entre outras coisas, o intervalo entre as refeições.
Adicionalmente, deve-se manter uma rotina de exercícios físicos, realizar a medição glicêmica diariamente e fazer o medicamento e injeções de insulina sintética, de acordo com a prescrição do seu médico.
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Dr. Fernando Lassalle
Médico Nutrólogo
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